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Venda direta de etanol, como quer Bolsonaro, é viável e fará preço cair?

terça, 07 de julho de 2020

As novas diretrizes para permitir a venda direta de etanol das usinas para os postos, que estão em fase de aprovação, podem baratear o combustível no Brasil, conforme anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro na última quarta-feira (1º). Mas a mudança, defendida pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), tem limites. Uma alternativa ao papel das distribuidoras, que hoje regem o mercado de combustíveis, deve chegar somente a entre 5% e 20% do álcool consumido no país, segundo especialistas. "Quem ganha é o consumidor e as usinas, que terão um produto mais competitivo com a gasolina", afirmou o presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil e da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool, do Ministério da Agricultura (Mapa), Alexandre de Lima. O diretor-técnico da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), Antônio Pádua, afirma que a mudança será limitada a uma parte dos fornecedores: "Pode haver casos específicos em que o produtor decida fazer a sua própria distribuição".

A venda direta pode diminuir o preço do etanol na bomba?

É possível que haja uma redução de preço do etanol nos postos de combustíveis, mas se isso irá ocorrer e quanto impactará, vai depender de como se dará a logística na distribuição. Vale lembrar que a permissão de venda direta não exclui a possibilidade de venda do produtor para as distribuidoras.

Como é feita, hoje em dia, a venda do etanol?

O produtor não pode vender para os postos diretamente. A legislação brasileira define claramente três papéis, regulamentados pela ANP: o produtor (de etanol, diesel e gasolina), as distribuidoras e a revenda, que são os postos de combustível.

As usinas de álcool devem aderir à venda direta aos postos?

O setor está fazendo algumas estimativas sobre quantas usinas devem aderir. O nível de aderência está relacionado à questão da tributação e capacidade de armazenamento das usinas. A União dos Produtores de Cana-de-açúcar (Unica) estima que pode chegar a 5% do volume de etanol consumido no país. A Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) acredita que a medida deve abranger pelo menos 20% do mercado do biocombustível.

O que é preciso mudar para que ocorra a venda direta?

No caso da venda por meio das distribuidoras, como é hoje em dia, a carga tributária é dividida entre esses dois participantes (produtor e intermediário). Essa questão precisa ser definida e bem equacionada pelo Ministério da Economia, porque poderá provocar perda de arrecadação ou aumento de impostos para o produtor.

  FONTE: Bruno Cirillo Colaboração para o UOL, em São Paulo 07/07/2020 04h00   SAIBA MAIS EM: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/07/07/venda-direta-etanol-posto-combustivel-bolsonaro.htm
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