A exportação de soja crescem em meio a colheita recorde
quarta, 25 de julho de 2018
As exportações diárias de soja do Brasil registram um forte ritmo no acumulado das três primeiras semanas de julho, superando a média fechada de junho e do mesmo mês do ano passado, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Consultorias e associações vêm revisando para cima as estimativas de vendas de soja do Brasil em 2018 em razão não só da colheita recorde, mas também da disputa comercial entre Estados Unidos e China, que pode levar o gigante asiático a comprar mais da oleaginosa brasileira para suprir seu mercado.
Segundo a Secex, os embarques da soja nos primeiros 15 dias úteis do mês atingiram uma média de 517,6 mil toneladas ao dia, ante 496,2 mil toneladas ao dia em junho e 331,2 mil toneladas por dia em julho de 2017.
Ao todo, o Brasil exportou até a terceira semana de julho 7,76 milhões de toneladas, de acordo com a Secex.
Em abril, noticiou que as tarifas impostas pela China sobre os produtos importados dos Estados Unidos poderiam favorecer as vendas da soja brasileira para o gigante asiático. Este seria, no entanto, um benefício pontual frente aos prováveis efeitos negativos que a guerra comercial poderia trazer ao Brasil, assinalam especialistas.
O Brasil foi o principal exportador de soja para a China em 2017, seguido dos EUA.
O país embarcou 50,9 milhões de toneladas da commodity ao país asiático no ano passado, um aumento de 33% ante o ano anterior, enquanto os Estados Unidos forneceram 32,8 milhões de toneladas, mostram dados do Departamento de Alfândega da China.
As fortes exportações foram registradas no mesmo dia em que a associação da indústria (Abiove) revisou para cima sua previsão de embarques de soja do Brasil no ano de 2018.
Agora a associação prevê embarques do maior exportador global de soja em 73,5 milhões de toneladas em 2018, de 72,10 milhões anteriormente e aproximadamente 68 milhões no ano passado.
Já a agência de classificação de risco Moody's destacou no início do mês que se as tarifas de retaliação dos Estados Unidos incentivarem a China a comprar soja do Brasil ou Argentina, não haverá capacidade excedentenesses países para atender a outros mercados.
Para a Moody's, essas tarifas dos EUA são negativas para o crédito das empresas de equipamentos norte-americanas e podem prejudicar a renda agrícola de produtores no país.
Em abril, os EUA anunciaram tarifas de US$ 50 bilhões sobre 1,3 mil produtos chineses, alegando violação de propriedade intelectual. Em resposta à taxação, a China impôs tarifas de 25% sobre 128 produtos dos EUA, entre eles a soja.
Os dois países vêm fazendo consecutivos anúncios de barreiras comerciais e retaliações, gerando temores sobre uma guerra comercial. Como os envolvidos são as principais potências mundiais, o conflito tende a afetar a economia de outros países em nível mundial. Isto porque as cadeias de produção e consumo estão interligadas.
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