Bolsonaro atribui problemas no auxílio a "golpe" e "erros" de trabalhadores
quarta, 13 de maio de 2020
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que não há falha do governo em relação à operação para pagar o auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores sem carteira assinada. Em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente afirmou que "muita gente deu golpe" e que "não existe falha nossa", mas sim "erro do próprio interessado". Desde o lançamento do site e do aplicativo para solicitar o auxílio emergencial, em 7 de abril, muitos trabalhadores têm reclamado de falhas técnicas no acesso, negativas injustificadas, erros na avaliação dos critérios, além de filas nas agências da Caixa para tirar dúvidas ou sacar o dinheiro. Também houve mudança de calendário e atraso no pagamento da segunda parcela, ainda sem data definida.
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse nesta semana que 50 milhões de brasileiros já receberam a primeira parcela dos R$ 600, e que 17 milhões de pedidos ainda estão em análise.
De acordo com Bolsonaro, não existe uma falha geral que esteja prejudicando os beneficiários. A fila de análise, segundo ele, é prevista pelo próprio programa.
“Tem erro também? Erro do próprio interessado. Não existe falha nossa. Entrou [no sistema], é um programa de inteligência artificial. Daí vai para o canto, é manualmente. O pessoal da Caixa está trabalhando de segunda a sábado porque é caso a caso”.
Questionado sobre a demora do governo para dar uma resposta a esses pedidos, Bolsonaro afirmou que muitas pessoas tentaram dar "golpe" para receber o auxílio sem ter direito.
“Tem sete milhões [de pedidos] em análise. Muita gente que deu golpe, tem gente que usou protocolo do filho duas vezes, dois irmãos, tem um monte de coisa. É caso a caso. Mas ninguém fala dos 40 milhões que receberam”.
Apesar de Bolsonaro ter mencionado 7 milhões de pedidos em análise, Guimarães informou um número bem maior, de 17 milhões. O presidente afirmou também que não pode simplesmente liberar o pagamento a todos os interessados, sem a devida análise, para não ser responsabilizado criminalmente. "Não posso mandar pagar porque daí vou ser incurso em algum tipo crime, daí acabou minha vida, não vou nem perder o mandato, vou para a cadeia", disse.
FONTE: Do UOL, em São Paulo 13/05/2020 11h14 atualizada em 13/05/2020 13h12 SAIBA MAIS EM: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/05/13/bolsonaro-cita-golpes-e-refuta-falha-em-operacao-de-auxilio-emergencial.htmGaleria de Fotos